Jurupari, uma derivação da palavra “Juruparipindi” de origem Tupi significa “Demônio da Floresta”.
Na maioria dos casos, JURUPARI, é um nome indígena que significa o sono, o pesadelo; sendo um espírito indígena que entra nos corpos de animais à noite e persegue caçadores em meio a floresta. Segundo os índios, ele segura a garganta das pessoas para que elas não gritem de medo enquanto ele as faz terem sonhos horríveis também.
O gênero Satanoperca definido por Günther 1862, foi ressuscitado por Kullander em 1986 para abrigar algumas espécies anteriormente pertencentes ao gênero Geophagus, que possuem o nariz longo. A espécie tipo do gênero é Satonaperca daemon. Atualmente a o gênero apresenta sete espécies válidas, sendo elas: Satanoperca acuticeps, Satanoperca daemon, Satanoperca jurupari, Satanoperca leucosticta, Satanoperca lilith, Satanoperca mapiritensis e Satanoperca pappaterra. O nome Satanoperca deriva do grego Satan (demônio) e perca (peixe), que significa peixe do demônio. Os espécimes deste gênero possuem como adaptação um nariz longo e boca protáctil, sendo conhecidos popularmente como “Papaterra” ou “Eartheater”
Satanoperca Jurupari Heckel 1840
Satanoperca Jurupari
Descrição original: Geophagus jurupari.
Heckel, J.J.; 1840; "Johann Natterer's neue Flussfische Brasilien's nach den Beobachtungen und Mittheilungen des Entdeckers beschrieben (Erste Abtheilung, Die Labroiden)"; Annalen des Wiener Museums der Naturgeschichte; pp 325-471.
Etimologia: Jurupari é o nome do demônio da floresta da lingua Tupi na bacia amazônica, e como este peixes é identificado.
Descrito por Heckel em 1840, esta espécie pertencia às coleções feitas por Johann Natterer nas expedições feitas ao Brasil. O específico nome, Jurupari, é uma derivação da palavra “Juruparipindi,” de origem Tupi, que significa “Demônio da Floresta”, sendo este peixe conhecido pelos nativos como Juruparipindi, conforme os relatos de Natterer. Nenhuma outra explicação é fornecida por Heckel na descrição desta espécie, mas os indios temiam adentrar na selva profunda depois do anoitecer, e acreditavam que o demônio Juruparipindi, poderia assumir formas de diversos animais, e atacar caçadores inconscientes. Apresenta uma chamativa coloração, com tons em verde esmeralda e cobre. Seus olhos parecem ter em seu interior uma cor laranja que se destaca em locais com pouca iluminação.
Satanoperca daemon Heckel 1840
Satanoperca daemon
Descrição original: Geophagus daemon.
Heckel, J.J.; 1840; "Johann Natterer's neue Flussfische Brasilien's nach den Beobachtungen und Mittheilungen des Entdeckers beschrieben (Erste Abtheilung, Die Labroiden)"; Annalen des Wiener Museums der Naturgeschichte; pp 325-471.
Etimologia: daemon = espírito do mal, demônio, diabo.
Satanoperca daemon também foi descrito por Heckel a partir dos espécimes da coleção de Natterer. Embora a língua Tupi também se referisse do mesmo modo a este peixe como o “Juruparipindi,” Heckel observou varias diferenças em sua coloração e descreveu-as como uma segunda espécie. Superficialmente, o S. daemon e S. jurupari são similares na aparência, mas existem diversas diferenças. Em S. daemon, os últimos cinco raios da barbatana dorsal apresentam filamentos negros que ultrapassam a nadadeira caudal. A mancha do pedúnculo caudal de S. daemon; é maior, mais escura e rodeada em branco, alem de outras duas encontrados no corpo. Sua cor de fundo é dourado-prateado, com três pontos marcados ao longo do corpo, sendo dois no corpo e um próximo ao pedúnculo caudal. Esta última é escura e rodeada em azul anil e branco. Os últimos cinco raios da barbatana dorsal apresentam filamentos negros que ultrapassam a nadadeira caudal.
Satanoperca acuticeps Heckel 1840
Satanoperca acuticeps
Descrição original: Geophagus acuticeps.
Heckel, J.J.; 1840; "Johann Natterer's neue Flussfische Brasilien's nach den Beobachtungen und Mittheilungen des Entdeckers beschrieben (Erste Abtheilung, Die Labroiden)"; Annalen des Wiener Museums der Naturgeschichte; pp 325-471.
Etimologia: acutus = afilado, abrupto, aguçado (Latim) + ceps = cabeça (Latim); referindo-se ao seu perfil com cabeça afilada.
Satanoperca acuticeps foi o terceiro geophagine descrito por Heckel (l840) na coleção de Natterer. Apresentam a coloração de fundo dourada, com faixas escuras nos flancos que são apenas visíveis de acordo com o estado do peixe. Apresenta um ocelo negro na parte superior do pedúnculo caudal.
Satanoperca lilith Kullander & Ferreira, 1988
Satanoperca lilith
Descrição original: Satanoperca lilith.
Kullander, Sven O. & E. J. G. Ferreira; 1988; "A new Satanoperca species (Teleostei, Cichlidae) from the Amazon River basin in Brazil"; Cybium; pp. 343-355.
Etimologia: Lilith se refere a primeira esposa de Adam.
Apresenta coloração de fundo dourada, com dois ocelos no corpo, um no meio deste e outro na parte superior do pedúnculo caudal. Possui na parte inferior da nadadeira caudal, uma coloração vermelha, assim como na anal.
Satanoperca mapiritensis Fernández-Yépez, 1950
Satanoperca mapiritensis
Descrição original: Geophagus mapiritensis.
Fernández Yépez, Agustin; 1950; "Notas sobre la fauna ictiológica de Venezuela"; Memorias de la Sociedad de Ciencias Naturales La Salle ; v. 10 pp. 111-118.
Satanoperca pappaterra Heckel, 1840
Satanoperca pappaterra
Descrição original: Geophagus pappaterra.
Heckel, J.J.; 1840; "Johann Natterer's neue Flussfische Brasilien's nach den Beobachtungen und Mittheilungen des Entdeckers beschrieben (Erste Abtheilung, Die Labroiden)"; Annalen des Wiener Museums der Naturgeschichte; pp 325-471.
Localidade tipo: Rio Guaporé, Mato Grosso, Brazil.
Apresenta coloração de fundo dourada-prateada. S. pappaterra caracteriza-se por apresentar uma faixa negra lateral no centro do corpo, que normalmente aparece interrompida. Abaixo a nadadeira dorsal apresenta de 5 a 7 pontos de forma quadrada que se estendem em forma de barras verticais.
Satanoperca leucosticta (Müller & Troschel, 1849)
Satanoperca leucosticta
Descrição original: Geophagus leucostictus.
Müller, J. & F. H. Troschel; 1849; "Fische"; Reisen in Britisch-Guiana in den Jahren 1840-44 Im Auftrag Sr. Mäjestat des Königs von Preussen ausgeführt von Richard Schomburgk.; pp. 618-644.
Etimologia: leucos = branco (grego); sticktos = pontos (grego), em refrencia aos pontos brancos no corpo.
Fontes: TFH Magazine
The Cichlids Roon Company
Fotos: The Cichlids Ronon Company
Hygen Ltda.
Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
© Copyright 2009 ©
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3 comentários:
hum...
interessante isso cara
(;
Vou ser sincera, deteeesto peixes, morro de medo! kkk
mais o blog é otimo, informativo, afinal, blog tbm é cultura. Parabéns!
;*
http://amandaml.blogspot.com/
Ufa! Alguém para dar uma luz na identificação desses bichos. Gostei das descrições e me serviram muito. Parabéns.
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