domingo, 28 de dezembro de 2008

Ordem Cyprinodontiformes

Os peixes da ordem Cyprinodontiformes possuem uma única nadadeira dorsal, a nadadeia anal raramente possui espinhos e presença de escamas ciclóides no corpo. O corpo é fusiforme, geralmente pequeno, não excedendo 30 cm nas grandes espécies, mas alcançando 8 cm na maioria. Não existe nadadeira adiposa, nem linha lateral e a boca é usualmente grande e superior.

Simpsonichthys constanciae

O grupo ocorre predominantemente em águas doces tropicais (exceto Austrália e Nova Guiné), mas muitas espécies são encontradas nos estuários e/ou áreas da região temperada da América do Norte, planícies costeiras mediterrâneas e no mar Negro. As aproximadamente 850 espécies conhecidas sendo distribuídas em 9 famílias e duas sub-ordens dentro dessa ordem.
A ordem Cyprinodontiformes é dividida conforme abaixo (Segue algumas fotos das espécies pertencentes a essas subordens e famílias) :


Subordem Aplocheiloidei, Bleeker 1860

Família Rivulidae, Myers 1925

Rivulus xiphidius

Simpsonichthys zonatus

Austrolebias nigripinnis var. albina

Leptolebias aureogutattus

Pterolebias phasianus


Família Aplocheilidae, Bleeker 1860

Nothobranchius rachovii

Fundulopanchax gardneri

Aphyosemion sjoestedti

Epiplatys annulatus


Subordem Cyprinodontoidei, Gill 1865

Família Fundulidae, Jordan & Gilbert 1883

Fundulus catenatus

Família Goodeidae, Jordan 1923

Crenichthys baileyi

Família Profundulidae, Hoedeman & Bronner 1951

Profundulus sp.

Família Valenciidae, Parenti 1981

Valencia hispanica

Família Cyprinodontidae, Gill 1865

Aphanius iberus

Jordanella floridae

Família Anablepidae, Garman 1895

Anableps anableps


Família Poeciliidae, Garman 1895

Poecilia wingei

Fluviphylax pigmaeus

Xiphophorus helleri

Xenotoca eiseni

Poecilia latipinna


Referências Bibliográficas

COSTA, W. J. E. M. . Phylogeny And Classification Of The Cyprinodontiformes (Euteleostei: Atherinomorpha): A Reappraisal. Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes. 1 ed. Porto Alegre: Edipucrs, 1998, v. , p. 537-560.

MENEZES, N. A.; WEITZMAN, S. H.; OYAKAWA O. T.; LIMA, F. C. T.; CASTRO, R. M.; WEITZMAN, M. J. Peixes de água doce da mata atlântica. – Sâo Paulo: Museu de Zoologia - USP, 2007 408 p.

OYAKAWA, O.; AKAMA, A.; MAUTARI, K.C. Peixes de Riachos da Mata Atlântica – São Paulo Editora Neotópica, 2006 201 p.

Fotos

Alf Person
Bernd Kaufmann
Cristo Cristov
FFalcon

Grandjean
Jay Luto
Olaf Deters
Peter Kaclik
Rod Morris
Vasco Gomes

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Nova espécie de Knodus

Uma nova espécie do gênero Knodus é descrita nos arredores do rio Maranon em Iquitos, no Peru. O mesmo durante cerca de 40 anos foi erroneamente distribuido ao comércio aquarístico com o nome de Boehlkea fredcochui (Géry, 1966). Descrito pelo ictiólogo alemão Axel Zarske, a nova espécie foi nomeada de Knodus borki.


Knodus borki distingue-se de Boehlkea fredcochui pela dentição do osso maxilar (três a quatro dentes tricuspides versus 11 a 21 dentes tricuspides), linha lateral incompleta (com 6 a 14 escamas) versus linha lateral completa (com as 15 a 37 escamas), e tambem na coloração (B. fredcochui apresenta uma barra negra na nadadeira caudal e esta é ausente em K. borbi).
Knodus borki é estreitamente relacionado a K. megalops, mas difere na linha lateral (incompleta em k. borki versus completa em K. megalops), no tamanho do olho (2.46-3.24 vezes do comprimento padrão em K. borki versus 2.2 em K. megalops), na altura do corpo a frente da nadadeira dorsal (2.91-3.34 vezes do comprimento padrão em K. borki versus 2.9 em K. megalops), no comprimento principal (3.94-4.65 vezes do comprimento padrão em K. borki 3.8 em K. megalops) e na coloração.

Borki se refere a Herrn Dieter Bork, um grande amigo aquarista que contribuiu ao desenvolvimento do hobby.

No artigo também é redescrita a espécie Boehlkea fredcochui.


Para saber mais:
Knodus borki sp. n. – ein neuer Salmler aus Peru mit einer ergänzenden Beschreibung von Boehlkea fredcochui Géry, 1966 (Teleostei: Characiformes: Characidae) Vertebrate Zoology 58, pp. 159–171.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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domingo, 14 de dezembro de 2008

Descoberta de novas espécimes de peixes em Brasília

Biólogos da UnB descobrem 12 espécies em córregos do Parque Nacional de Brasília
A apenas 15 minutos do centro do Distrito Federal, o Parque Nacional de Brasília abriga as mais novas espécies de peixes do cerrado brasileiro registradas pela ciência. A descoberta foi feita pelo biólogo Pedro de Aquino e sua equipe da Universidade de Brasília (UnB), que estudou as espécies do parque durante dois anos para a dissertação de mestrado. Em riachos das bacias de Santa Maria Torto e Bananal, Aquino identificou, ao todo, 28 espécies de peixes, das quais 12 novas para a ciência.
O objetivo da pesquisa era analisar os diferentes padrões de distribuição dos cardumes nas bacias do Parque Nacional de Brasília, unidade de conservação de proteção integral do Distrito Federal que fornece água potável à capital. A descoberta das espécies acabou sendo uma “cereja sobre o bolo” que enriqueceu ainda mais o estudo.

Microlepidogaster sp. Uma das novas espécies encontradas em Brasília, é conhecido como “cascudo” e pertence à família Loricariidae

Mas a descoberta não é surpreendente, na avaliação do biólogo. Segundo ele, a imensa variedade de flora e fauna do parque contribui para a realização das pesquisas. “Já esperávamos encontrar novas espécies, porque os cardumes ainda são pouco estudados, apesar da riqueza da região”, reconhece.
Aquino conta que escolheu 14 pontos diferentes ao longo dos córregos para a pesquisa, realizada simultaneamente com a da bióloga Mariana Schneider, que coletou os peixes para análise de seus hábitos alimentares. Os resultados do trabalho foram submetidos para publicação em periódicos especializados e aguardam avaliação.

Espécies endêmicas

Duas das 12 novas espécies identificadas no estudo – Heptapterus sp. e Ctenobrycon sp. – são consideradas endêmicas do Parque Nacional. As outras dez foram encontradas em outros trechos da bacia fora do território delimitado para o parque brasiliense.
A espécie que apresentou o maior número de peixes coletados no estudo, com quase 6.000 indivíduos, foi a Knodus moenkhausii, que já havia sido descrita pela ciência. Em segundo lugar ficou a nova Astyanax sp., com quase dez vezes menos espécimes coletados.

Entre as 12 novas espécies identificadas no estudo, o Astyanax sp. (à esquerda) é aquela que teve o segundo maior número de exemplares coletados. Essa espécie é encontrada em todos os trechos dos riachos que deságuam no lago Paranoá, assim como o Hasemania sp. (à direita), que é 1 cm menor que o Astyanax sp. (fotos: Pedro De Podestà Uchôa de Aquino).

Esta é uma das novas espécies que nada desde a cabeceira até a foz dos riachos. Aquino explica que isso foi possível graças ao tamanho desse peixe: “Por atingir um maior porte, o Astyanax sp. é capaz de se deslocar com mais facilidade e, por isso, pode ser visto em todos os trechos. Já as espécies com pequeno porte ficam isoladas nos diversos trechos da bacia”.
Segundo o biólogo, o isolamento dessas pequenas populações nas cabeceiras permitiu que elas se diferenciassem até configurar novas espécies, com o passar de milhares de anos – fenômeno que os biólogos chamam de especiação alopátrica ou geográfica.

Parque Nacional de Brasília

Por isso, Aquino destaca a importância da preservação do Parque Nacional para as espécies nativas da região, longe da poluição e do crescimento urbano. “A preservação é fundamental para a manutenção da biodiversidade do cerrado. Se essa região não fosse conservada, talvez as espécies não seriam encontradas, já que o Parque Nacional fica dentro do Distrito Federal”, enfatiza o biólogo.

Fonte: Ciência Hoje

domingo, 7 de dezembro de 2008

Nova espécie de Apistogramma

Uma nova espécie do gênero Apistogramma é descrita para as drenagens do baixo Mamoré na província de Beni na Bolívia. Descrita pelos ictiólogos alemães Wolfgang Staeck and Ingo Schindler, a nova espécie foi nomeada de Apistogramma erythrura.


Apistogramma erythrura é relacionado com Apistogramma trifasciata, pois ambas as espécies possuem a nadadeira dorsal altamente prolongada na parte dianteira nos machos, uma nadadeira caudal redonda, uma faixa lateral larga que se estende até a cauda, sem um ponto caudal.


Apistogramma erythrura pode ser reconhecido e separado de Apistogramma trifasciata pelas seguintes características:
Forma do corpo: corpo mais profundo (mais alto na parte traseira) em relação a A. trifasciata, fazendo Apistogramma erythrura parecer maior, embora ambos apresentem o mesmo comprimento.
Faixa lateral: a faixa lateral de
Apistogramma erythrura é mais larga do que A. trifasciata, pois ela alarga-se na base da cauda. Tal faixa é mais distinta na metade traseira dos peixes e é frequentemente pálida ou nao visível do corpo até o opérculo.


Opérculo: Em muitos machos do Apistogramma erythrura, a parte posterior mais baixa do do opérculo mostra uma mancha vermelha brilhante. Ja em Apistogramma trifasciata, nenhuma população foi encontrada com tal características.
Marcações abdominais: Apistogramma erythrura não possui a listra diagonal escura que estende das nadadeiras peitorais ao ânus, muito evidente em Apistogramma trifasciata.
A nadadeia caudal do macho pode ser vermelha ou azul ou mesmo uma combinação das duas cores.


Erythrura tem origem do grego, onde erythro significa vermelho e ura significa cauda, uma referência a cor da nadadeira caudal na maioria dos machos adultos.

De acordo com os autores,
Apistogramma
erythrura é encontrado quase exclusivamente nos lagos, ou em áreas mais lentas de córregos. Vivem em águas límpidas e transparentes, com pH em torno de 5,5 a 6.5 e temperaturas de 30ºC.