terça-feira, 13 de julho de 2010

Duas novas espécies de Moenkhausia

Duas novas espécies do gênero Moenkhausia, uma da bacia do rio Tapajós e outra da bacia do rio Xingu, são descritas como aparentemente endêmicas da Serra do Cachimbo. Ambas foram descritas pelos ictiólogos Leandro Sousa, André Netto-Ferreira e José Birindelli; como Moenkhauisa Chlrophthalma e Moenkhausia plumbea.
Ambas espécies, juntamente com Moenkhausia petymbuaba, compartilham um padrão de colorido exclusivo de grandes manchas escuras conspícuas na base das escamas do corpo. 

 Moenkhausia chlorophthalma

Moenkhausia chlorophthalma, do rio Treze de Maio, um afluente do rio Curuá (bacia do rio Xingu), é facilmente reconhecida pela presença de uma área preta bem delimitada na região anterior da nadadeira adiposa, possuir olhos verdes em vida. Difere dos seus congêneres pelas seguintes características: grandes manchas escuras na região anterior até a região central do corpo, que dão a forma de sete séries logitudinais, 25-28 escamas na linha lateral, quatro escamas entre a linha lateral e a origem da nadadeira dorsal, sete raios ramificados na nadadeira pélvica e 7-12 escamas cobrindo a base da nadadeira anal.

Etimologia: Do grego Chloros = verde e Ophthalmos = olho

Moenkhausia plumbea

Moenkhausia plumbea ocorre nas cabeceiras dos afluentes do rio Braço Norte, bacia do rio Tapajós, e pode ser diagnosticada pela presença de uma faixa longitudinal escura no olho e seis raios ramificados na nadadeira pélvica (vs. sete em Moenkhausia chlorophthalma). Difere dos seus congêneres pelas seguintes características: listra longitudinal escura ao longo do olho, 33-36 escamas na linha lateral, cinco escamas entre a linha lateral e a nadadeira dorsal, seis raios ramificados na nadadeira pélvica, e 4-9 escamas a cobrindo a base da nadadeira anal.

Etimologia: Do latim plumbum, em referência a linha lateral de coloração chumbo



Maiores informações:
Sousa, LM, AL Netto-Ferreira and JLO Birindelli (2010) Two new species of Moenkhausia Eigenmann (Characiformes: Characidae) from Serra do Cachimbo, Pará, Northern Brazil. Neotropical Ichthyology 8, pp. 255–264.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke © Copyright 2010 ©

sábado, 3 de julho de 2010

Ciência

Cientistas reencontram espécie de peixe subterrâneo descrito há 40 anos

A redescoberta de um peixe subterrâneo (Stygichthys typhlops) por cientistas brasileiros em abril deste ano, na região de Jaíba, norte de Minas Gerais, finalmente permitirá que seja feita uma descrição completa e detalhada do animal. Há 40 anos, após receberem um exemplar trazido à superfície durante a abertura de um poço artesiano, dois cientistas norte-americanos o descreveram, com base nesse único indivíduo, e concluíram tratar-se de um lambari.

Stygichthys typhlops

Porém, pesquisadores do Instituto de Biociências e do Museu de Zoologia, ambos da USP, que conseguiram capturar 25 exemplares do peixe, garantem que, apesar de terem escamas e da semelhança superficial, os animais não têm qualquer parentesco mais próximo com os lambaris. "Com essa amostra, será finalmente possível ter uma boa idéia de quem é e como vive essa espécie. Ainda estamos estudando os diversos aspectos da morfologia e do comportamento para termos uma melhor definição", explica a professora Eleonora Trajano, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências (IB) da USP.

Os exemplares foram localizados em poços artesianos da região, onde o peixe é conhecido popularmente como "piabinha cega". Eleonora conta que, devido a algumas dificuldades, não foram feitas expedições anteriores ao local. Porém, em abril último, os pesquisadores conseguiram encontrar os peixes em duas cisternas.. "Esses peixes possuem características de espécies troglóbias (exclusivamente subterrâneas), como a ausência de olhos e de pigmentação, além de outras modificações relacionadas à vida no meio subterrâneo, permanentemente escuro e com escassez de alimento", explica a pesquisadora. Com quase 20 espécies conhecidas, o Brasil destaca-se mundialmente pela riqueza em peixes troglóbios. "A Stygichthys typhlops é uma das mais modificadas e espetaculares entre essas espécies", diz Eleonora.

Canibal
Um diferencial observado no comportamento do Stygichthys typhlops é que ele possui o hábito do canibalismo (ingestão de indivíduos da mesma espécie). "Isto é uma coisa rara em peixes, só registrada anteriormente em quatro das mais de 100 espécies de peixes troglóbios de todo o mundo", cita a pesquisadora. Segundo ela, o peixe atinge 5 centímetros (cm) de comprimento. "O que foi enviado aos EUA tinha apenas 2,5 cm. Um filhote ainda", lembra.

Stygichthys typhlops

Ainda este ano, os pesquisadores deverão realizar estudos mais aprofundados sobre Stygichthys typhlops para saber qual seu parente mais próximo entre as espécies de peixes. Em paralelo com a investigação das relações de parentesco desta espécie com os peixes que vivem na superfície, deverão ser estudados o comportamento e aspectos da ecologia.

Os estudos sobre Stygichthys typhlops, segundo a pesquisadora, poderão implicar na revisão das relações de parentesco entre grupos já estudados. "O que podemos antecipar é que o animal pertence ao grande grupo brasileiro de peixes de escamas, que inclui, além de lambaris e piabas, as traíras, dourados, piaus, curimatás, pacus, piranhas etc., mas não se encaixa em nenhuma das famílias conhecidas, daí o grande interesse suscitado no meio científico por sua redescoberta ".

Quanto ao habitat, os pesquisadores acreditam que o peixe chegou ao subterrâneo após invadir pequenas fendas existentes no calcário localizado abaixo do leito e das margens de um rio local. A pesquisadora alerta que, devido à exigência de drenagem de grandes volumes de água para irrigação que acontece atualmente na região (o Projeto Jaíba de irrigação é um dos maiores da América do Sul), o pequeno peixe pode já estar com sua sobrevivência ameaçada pelo rebaixamento do nível das águas subterrâneas, restringindo seu habitat de forma acelerada.

A expedição, que foi organizada pela professora Eleonora e pelo doutorando Cristiano de Oliveira, contou também com a participação do professor Mário César Cardoso de Pinna e Osvaldo Oyakawa, do Museu de Zoologia, e de Maria Elina Bichuette (pós-doutoranda pelo IBUSP) e Flávio Dias Passos.
 

 Coleta de exemplares

O Stygichthys typhlops foi descrito pela primeira vez por dois cientistas norte-americanos que pensaram tratar-se de um lambari. Contudo, pesquisadores da USP redescobriram o animal e já têm uma certeza: não é um lambari  

Fonte:

quinta-feira, 1 de julho de 2010

V Encontro de Aquaristas de Londrina e Região

No próximo dia 24 de julho será realizado o V Encontro de Aquaristas de Londrina e Região, que contará com visita à estufa com os aquários e plantas de Rony Suzuki, palestras sobre reprodução de peixes ornamentais com Marcelo Assano, palestra de aquapaisagismo com a Aquabase e a premiação e resultados do CPA 2010, além de coffee -break e sorteio de vários brindes 

 
As reservas dos não residentes em Londrina devem ser feitas através do seguinte mail: aquasuzuki@gmail.com
Valor: R$ 15,00

Maiores informações: Aqualon