terça-feira, 29 de julho de 2008

Peixes ornamentais apreendidos no Pará

Mais de mil peixes ornamentais foram apreendidos na última quinta-feira (24) no aeroporto de Santarém (PA) por fiscais do Ibama.

Geophagus altifrons

A documentação para o transporte dos peixes não foi apresentada, nem há informações sobre a sua origem. Algumas espécies apreendidas estão ameaçadas de extinção, como o acari-zebra (Hypancistrus zebra), endêmico na bacia do Xingu, cuja comercialização é proibida. O responsável pela carga ilegal foi notificado e será autuado tão logo os peixes sejam contados e todas as espécies identificadas, o que é imprescindível para o cálculo do valor da multa.

Hypancistrus zebra

Os peixes estavam acondicionados em mais de 50 isopores que seriam embarcados para São Paulo. Devido às condições inadequadas de transporte, a impossibilidade de devolução dos animais ao seu hábitat em tempo hábil e todos os procedimentos de análise técnica para a soltura, vários dos animais morreram e serão incorporados a coleções zoológicas de institutos de educação e científicos, para serem utilizados em educação ambiental e pesquisa.

Rio Xingu



sábado, 26 de julho de 2008

Ciência

Peixe usa grunhido para assustar rivais

Já se sabia que algumas espécies, como o peixe-sapo, produzem sons para atrair fêmeas e espantar rivais, mas o estudo da equipe do professor Andrew Bass, da Universidade de Cornell, indica que a área do cérebro que controla a vocalização é extremamente primitiva."Ouvimos sapos coaxar, passarinhos cantar e ouvimos isso o tempo todo, estamos acostumados com isso. Mas acho que podemos dizer que a maioria das pessoas não sabe que peixes usam sons para comunicação social", disse Bass.

Peixe sapo - Antennarius pictus
O peixe-sapo, encontrado na costa dos Estados Unidos no Oceano Pacífico, se abriga em cavernas e emite ruídos durante horas para atrair fêmeas. As interessadas deixam ovas sobre o teto dos abrigos. O animal também defende o seu território com grunhidos e ruídos, que espantam outros machos.

Peixe sapo - Antennarius pictus
O circuito vocal descoberto pela equipe do professor Bass fica em um local e tem função muito semelhantes aos de anfíbios, aves e mamíferos. Essa semelhança pode indicar, segundo o estudo publicado na Science, que a estrutura vocal surgiu primeiro em um antepassado dos vertebrados atuais e então se espalhou para várias espécies.

Fonte: BBC


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Nova espécie de Apistogramma

Apistogramma barlowi sp. n. é descrita baseada em um total de 32 espécies de pequenos tributários do rio Ampiyacu, próximo a vila de El Pozo no Peru (71º 55' W e 03º 10' S).


Descrita pelos ictiólogos alemães Uwe Römer e Ingo Hahn, a espécie é um membro do complexo Apistogramma cacatuoides, sendo diferenciado de outras espécies por possuir a cabeça e a mandíbula relativamente grandes, a nadadeira caudal em forma de lira nos machos, que é dividida horizontalmente em duas zonas coloridas (lóbulo inferior amarelo e o lóbulo superior azulado), o início da nadadeira dorsal dos machos são prolongadas e a fêmea possui uma faixa distinta no corpo, iniciando atrás do opérculo e indo em direção as nadadeiras pélvicas.


O nome Barlowi, é em honra ao biólogo George Barlow, um notável ictiólogo da ultima década.
De acordo com os autores, a nova espécie parece ser limitado aos igarapés, tendo preferência por águas cristalinas e levemente ácidas à neutra, com uma temperatura perto de 29°C. As fêmeas mantém suas larvas protegidas na boca até as mesmas começarem a nadar livremente e os machos demonstram comportamento ameaçador a invasores.

Para saber mais sobre a espécie, consulte em:
Römer, U and I Hahn Apistogramma barlowi sp. n.: description of a new facultative mouth-breeding cichlid species (Teleostei: Perciformes: Geophaginae) from northern Peru. Vertebrate Zoology 58, pp. 49–66, 2008.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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domingo, 20 de julho de 2008

Descrição de uma nova espécie de Leporinus

Uma nova espécie do gênero Leporinus é descrita no rio Araguaia, nos estados do Mato Grosso e Goiás, Brasil.
Nomeada pelos ictiólogos brasileiros Heraldo Britski e José Birindeli de Leporinus venerei, em honra a Paulo César Venere, o primeiro conhecedor da nova espécie, a mesma vive em ambientes lênticos e lagoas marginais. Sua característica mais notável é sua fórmula dental 4/3, única entre as espécies do gênero que possuem fórmula dental 3/3, 3/4 ou 4/4. A nova espécie também pode ser reconhecida pela combinação das seguintes características: 36 a 37 escamas na linha lateral, 4/4,5 ou 4/5 séries de escamas na linha transversal, 16 series de escamas circumpedunculares, nadadeira anal ultrapassando a base dos raios inferiores da nadadeira caudal e presença de três manchas escuras ao longo da linha lateral.



A nova espécie compartilha com L. parae e L. lacustris corpo alto, boca terminal, nadadeira anal longa e escura, três manchas escuras na linha lateral pequenas, sendo as duas últimas, em especial a última, geralmente apagadas, e preferência por habitats lênticos.

Para saber mais:
Britski, H.A. and J.L.O., Birindelli Description of a new species of the genus Leporinus Spix (Characiformes: Anostomidae) from the rio Araguaia, Brazil, with comments on the taxonomy and distribution of L. parae and L. lacustris. Neotropical Ichthyology 6, pp. 45–51, 2008.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nova espécie de Moenkhausia

Uma nova espécie de Moenkhausia é descrita no rio Jubá, um afluente do rio Sepotuba na bacia do alto rio Paraguai, e presente também no rio Juruena e de seu tributário, o rio Papagaio na bacia do alto rio Tapajós, no estado do Mato Grosso.

Moenkhausia cosmops. Foto de Leandro M. Sousa

Nomeada pelos ictiólogos brasileiros Flávio Lima, Heraldo Britski e Francisco Machado de Moenkhausia cosmops, a nova espécie apresenta como característica mais marcante o colorido único quando em vida: íris de colorido azul intenso na metade inferior, passando a dourado e esverdeado na metade superior, lábio vermelho vivo e opérculo em grande parte avermelhado, devido a transparência do osso, permitindo ver os filamentos branquiais. Cosmops derivado do grego Kosmos que significa ornamento e Opos que significa face, em alusão as suas características marcantes. A nova espécie é aparente relacionada ao grupo Moenkhausia oligolepis e Moenkhausia sanctaefilomenae, que é hipotetizado como também incluindo Moenkhausia pyrophthalma, Moenkhausia diktyota e Moenkhausia cotinho.


Moenkhausia cosmops. Foto AquaticQuotient

A ocorrência desta espécie nas cabeceiras do sistema do alto rio Juruena e alto rio Paraguai é congruente com a de outros táxons de peixes e indica que um processo de captura de rio relativamente recente aconteceu nessa região.


Localidade tipo de Moenkhausia cosmops. Foto de Flávio Lima

Mais informações em:
Lima, FCT, HA Britski, FA Machado A new Moenkhausia (Characiformes: Characidae) from central Brazil, with comments on the area relationship between the upper rio Tapajós and the upper rio Paraguai systems. Aqua, International Journal of Ichthyology 13: 45–54, 2007.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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sábado, 12 de julho de 2008

Nova espécie de Hyphessobrycon

Uma nova espécie do gênero Hyphessobrycon foi descrita no Brasil oriental. Nomeada pelo cientista alemão Axel Zarske de Hyphessobrycon khardinae, esta espécie é relacionada ao Hyphessobrycon rosaceus.

Hyphessobrycon khardinae sp. n. 39,4 mm MZUSP 98667

A espécie Hyphessobrycon khardinae é distinta de todos os membros gênero, por possuir uma combinação de dois a cinco dentes cúspides grandes no médiomaxilar, dois a três dentes tricúspides na fileira externa do pré-maxilar, cinco dentes cúspides na fileira interna do pré-maxilar médio. Possui também cerca de 31 a 34 escamas em séries longitudinais em um corpo relativamente profundo. Sua cabeça se apresenta relativamente curta, possuindo um ponto umeral triangular horizontalmente alongado, apresentando um de seus vértices se dirigindo em direção a sua cabeça.

Hyphessobrycon khardinae sp. n. 39,4 mm MZUSP 98667

A espécie é encontrada no rio Itaparana, no estado do Amazonas. A mesma recebeu este nome em homenagem a Natasha Khardina e Heiko Bleher, que coletaram vários exemplares da nova espécie juntamente com outras espécies do gênero Hyphessobrycon. parece ser restringido aos habitat do blackwater.

Hyphessobrycon khardinae sp. n. Foto: N. Khardina

Seu habitat parece ser restringido as aguas negras do rio Itaparana, sendo encontrado principalmente entre as folhas e raízes de plantas aquáticas e flutuantes dispostas no fundo arenoso do rio. Suas águas apresentam pH em torno de 6.15, condutibilidade em torno de 36 e temperatura em torno dos 25.9°C .

Hyphessobrycon khardinae sp. n. Foto: N. Khardina

Para mais informação, veja o artigo original:
Zarske, A. Hyphessobrycon khardinae sp. n. – ein neuer Blutsalmler aus Brasilien (Teleostei: Characiformes: Characidae). Vertebrate Zoology 58, p. 5–13, 2008.

Habitat de Hyphessobrycon khardinae sp. n. Foto: H. Bleher

Fonte: Vertebrate Zoology 58

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke
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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Aquário de São Paulo


O aquário de São Paulo será reinaugurado no dia 4 de julho e se tornará o maior oceanário da América Latina. Inaugurado há dois anos, em julho de 2006, inicialmente o complexo contava apenas com tanques de água doce.


Agora espaço ganhará um aquário de água salgada revestido de vitrines transparentes de acrílico de 500 metros, que permitem uma visão completa dos tubarões de mar aberto. Este será também o primeiro aquário temático da América Latina com réplicas em tamanho natural de um submarino da segunda guerra mundial, um naufrágio e o visual dos pólos terrestres. Haverá uma área com tanques de água doce, com peixes do Pantanal e da Amazônia. Já os de água salgada são divididos entre o Mangue, Praia, Costão Rochoso e Corredor Tropical.


O visitante também poderá ter a sensação de estar num navio naufragado no fundo do mar , com um milhão de litros de água salgada em cima do navio, tubarões e outros peixes.
O espaço também conta com atrações “secas” como um viveiro de aves, um ambiente com bonecos de dinossauros em tamanhos naturais que se movem e emitem som, uma reprodução da Estação Polar Brasileira- Comandante Ferraz (no Pólo Sul), um cinema 3-D e um museu de fósseis.



De segunda-feira a domingo das 10h às 18h. Aquário de São Paulo: R. Huete Bacelar, 407, tel: (11) 2273-5500. www.aquariodesaopaulo.com.br

Fonte: Época
Fotos: Aquário de São Paulo