quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

2008 - Ano Internacional dos Recifes de Coral


Catalaphyllia jardinei




Os recifes de coral terão em 2008 o seu Ano Internacional. A promoção é da entidade Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral (ICRI) que pretende utilizar o evento como estratégia para aumentar o conhecimento e a conscientização sobre a importância dos recifes de coral, bem como chamar a atenção para o aumento das ameaças e perdas de recifes de coral e ecossistemas associados, tais como manguezais e banco de algas.
O Ano Internacional além do esforço global para aumentar a consciência e o conhecimento sobre o assunto é também uma forma de se apoiar trabalhos de conservação, pesquisa e manejo.

Blastomussa sp.


A mesma estratégia foi utilizada há 10 anos, quando 1997 foi também declarado Ano Internacional dos Recifes de Coral. Na ocasião, a iniciativa foi considerada um sucesso, tendo obtido a participação de mais de 225 organizações em 50 países e territórios e alimentado centenas de pesquisas científicas que deram origem a novas áreas marinhas protegidas, além do surgimento de numerosas organizações locais e globais dedicadas à conservação do corais.
Xenia umbellata




No Brasil, as ações para o incremento do ano internacional estará a cargo do Núcleo da Zona Costeira e Marinha da Secretaria da Biodiversidade e Florestas do MMA e da Universidade Federal de Pernambuco, assim como da Universidade Federal da Bahia, em trabalho conjunto com a ICRI. A entidade compreende uma parceria entre governos, organizações internacionais e organizações não governamentais que têm como objetivo conservar ambientes recifais e ecossistemas relacionados.
Zoanthus sp.




Entre as ações a serem desenvolvidas no Brasil no próximo ano pelo Núcleo da Zona Costeira e Marinha para celebrar a iniciativa estão: elaboração de calendário (2008), divulgando os recifes brasileiros e os principais programas de conservação existentes; divulgação de três vídeos, sendo o primeiro deles sobre as experiências brasileiras na gestão de áreas marinhas protegidas e pesca (áreas recifais), o segundo com a Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais nos Vôos Aéreos e o terceiro sobre o projeto Coral Vivo. Estão previstas também exposições em vários aeroportos brasileiros e nos centros de visitantes do parques nacionais de Fernando de Noronha e Abrolhos e uma outra exposição a ser realizada durante o III Congresso Brasileiro de Oceanografia, marcado para ocorrer entre 20 e 24 de maio em Fortaleza (CE).
Actinodiscus sp.




No âmbito internacional uma série de eventos já estão marcados de janeiro a novembro do próximo ano. Entre elas, a Reunião Geral do Internacional Coral Reef Initiative, em Washington (EUA), a 11ª Internacional Coral Reef Symposium, na Flórida (EUA) e apoio à realização do evento sobre peixes recifais da IUCN, que ocorrerá no Brasil.




Montipora sp.

Fonte: MMA

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Projeto Rondon

Eu faço Parte...

O Projeto Rondon é um projeto de integração social coordenado pelo Ministério da Defesa e conta com a colaboração da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – MEC. O Projeto envolve atividades voluntárias de universitários e busca aproximar esses estudantes da realidade do País, além de contribuir, também, para o desenvolvimento de comunidades carentes.
O Projeto empenha-se em desenvolver a capacitação de organizações da sociedade civil na defesa dos direitos de cidadania, como também, a capacitação de educadores do ensino fundamental para a prática de leitura. A produção de textos e atendimento a portadores de necessidades educativas especiais e a organização de implantação de atividades comunitárias solidárias também são destaques no Projeto. Os voluntários preocupam-se, ainda, em orientar o desenvolvimento da agricultura familiar, bem como, colaborar na elaboração de projetos que atendam à infra-estrutura municipal, em particular nas áreas de saneamento básico e de meio ambiente.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Ciência

Após minha ausência no blogger, devido minha viagem ao Pará, volto com uma matéria para os leitores...em breve posto algumas fotos da viagem.

Botos sedutores


O imaginário amazônico cultiva a lenda do boto como um patrimônio. Quem nasce na região cresce ouvindo que eles saem da água, transformam-se em homens, usam chapéu para esconder um orifício na cabeça e seduzem jovens donzelas.

Agora, pesquisadores acabam de comprovar a lenda, pelo menos no lado da sedução. Segundo estudo feito por Vera Maria Ferreira da Silva, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), e Tony Martin, do Serviço Antártico Britânico, essa é a arma usada por botos para conquistar fêmeas.



Boto cor de rosa (Inia geoffrensis)



A corte registrada pelo Projeto Boto revela o segundo caso de comportamento cultural dessa espécie de cetáceo em todo o mundo. Os pesquisadores estudaram durante três anos o comportamento de 6 mil grupos de botos (Inia geoffrensis) na região da reserva de Mamirauá, no município de Tefé, oeste do Amazonas.

O Projeto Boto é desenvolvido no âmbito de um projeto maior, o Estudo da Biologia e Conservação da Mastrofauna da Amazônia, no Inpa. Conta com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do próprio Inpa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Boticário, do Programa Ipê e da Petrobras.



Inia geoffrensis



Os pesquisadores identificaram que, em mais de 200 dos grupos, os golfinhos de água doce transmitiam práticas culturais de geração a geração. “Foi aí que percebemos que essa cultura estava associada à atividade sexual”, disse Vera.


Em cada grupo, pelo menos um boto carregava objetos no bico para presentear a fêmea, sempre em idade adulta e pronta para a reprodução, tais como plantas ou pedaços de pau.

“Era forte a sugestão de que se tratava de um comportamento sexual. A ocorrência de agressões entre machos era até 40 vezes maior do que nos grupos de botos que não ofereciam objetos às fêmeas”, afirmou a pesquisadora.




Inia geoffrensis


Os resultados da nova pesquisa foram divulgados inicialmente pela New Scientist, em 6 de dezembro, e apresentados em seguida durante encontro sobre golfinhos de água doce na África do Sul com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Segundo Martin, até hoje apenas em humanos e chimpanzés foi observado comportamento semelhante. “Isso é tão incomum que muitos colegas se mostraram céticos na primeira vez que sugerimos a idéia, mas agora a evidência é enorme”, disse à New Scientist.





Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ciência

Inpa pesquisa alternativa para resíduo de peixe jogado nos rios


O que acontece com o resíduo do peixe não utilizado na indústria alimentícia? Na época da safra, no Amazonas, estima-se que em torno de três toneladas de pele de peixe são jogadas nos rios por dia. Embora seja um material degradável, quando lançado em enorme quantidade, causa danos ao meio ambiente e desequilibra o ecossistema. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estão voltados para esta questão em busca de alternativas.


A engenheira de pesca Karina de Melo desenvolveu uma pesquisa pioneira na utilização de corantes vegetais da Amazônia para o tingimento do couro do peixe matrinxã, sob orientação de Jerusa de Souza Andrade e Rogério Souza de Jesus, ambos pesquisadores do Inpa. A novidade da pesquisa é a utilização de um processo vegetal para tingir o couro do peixe, em lugar dos processos minerais e sintéticos já conhecidos. Com esse novo processo, menos produtos poluentes são jogados no meio ambiente. “O tingimento com corantes vegetais, como por exemplo o urucum, é um processo antigo, que os egípcios e os índios já usavam; daí a idéia de implementar dentro de um curtimento um corante vegetal, natural, que prejudicasse menos o meio ambiente”, diz Melo.
Apesar disso, o procedimento de pesquisa foi realizado em laboratório e não contou com a participação das comunidades locais. Dentre as amostras de plantas que a pesquisadora selecionou, foram escolhidas as que tinham maior concentração de corante, e que fossem mais solúveis em água, resultando no cacauí, de cor azulada/violeta, e no crajiru, de coloração avermelhada.



Experimentos com três tonalidades de couro tingido: 5, 10 e 15% de corante utilizado - crajiru (esq) e cacauí (dir).
Foto: Natacha Veruska


Melo acrescenta que o objetivo da pesquisa foi utilizar uma matéria-prima não comestível. “Os corantes vegetais que existiam - diz ela - eram os utilizados em alimentos, como o urucum e o açafrão. Na literatura pesquisada não há nenhum tipo de corante que não seja comestível; minha idéia era justamente gerar um corante que também fosse resíduo, ou seja, não-comestível”.
A pesquisa realizada por Melo faz parte de uma série de pesquisas do Inpa que estão relacionadas. Anteriormente, a engenheira já havia desenvolvido um estudo sobre a transformação de peles de peixes amazônicos em couro. Na ocasião, realizou o curtimento do peixe matrinxã, orientada por Rogério Souza de Jesus e José Jorge Rebello.

Rebello, técnico em Curtimento do Inpa, desenvolvia por sua vez um trabalho com o resíduo do peixe jogado nos rios do Amazonas oriundo tanto de indústrias, como do próprio local de desembarque do peixe, onde há alguns pontos de comercialização e nos quais já retiram a pele do peixe. “No caso da indústria, existe um maior aproveitamento do resíduo do peixe: a cabeça pode virar resíduo para a pesca marinha e, as vísceras, sabão ou ração para peixe”, explica Jesus, que acrescenta a diferença no caso da comercialização realizada pelos chamados “peixeiros” de Manaus. “Eles fazem a limpeza do peixe no local do desembarque e todo o resíduo, como pele, cabeça, escamas, gordura, vísceras é jogado no rio, gerando grande uma poluição no local. A pesquisa de Rebello trabalhou inicialmente com o que é chamado de “pele de peixe liso” e, mais recentemente, com os pescados oriundos da piscicultura, como o matrinxã e o tambaqui. A pesquisa do tingimento do couro de peixe faz parte deste projeto e dá continuidade ao trabalho realizado para o curtimento do matrinxã.

Melo aponta que o couro do matrinxã não é tão resistente como o couro “de peixe liso”, mas, por ser mais macio, pode ser usado para fazer bolsas, pulseiras de relógio, acessórios e vestimentas. Já os corantes extraídos do cacauí e do crajiru podem ser utilizados também na indústria têxtil. Na São Paulo Fashion Week e na Fashion Rio da primavera/verão 2008, além dos tecidos tecnológicos, que têm propriedades como proteção contra os raios ultravioletas, ou absorção de suor, também ganharam destaque esse ano os tecidos ecológicos como o algodão orgânico, o couro vegetal, a fibra de juta, a palha, o reciclável poliéster japonês e ainda as cuecas chamadas “ecológicas”, produzidas com fibras de bambu em substituição à fibra sintética. Os eventos apontam uma nova tendência de mercado na qual o couro do matrinxã poderia ser incluído.


O processo desenvolvido por Karina está sendo protegido, de acordo com Rogério Souza de Jesus, pela Divisão de Propriedade Intelectual de Negócios do Inpa e até que os interessados em desenvolver industrialmente esse tingimento entrem em contato com o instituto, a pesquisa fica guardada. Jesus explica que a pesquisa de Karina mostrou que existe a potencialidade da utilização de corantes naturais para o tingimento de couro de matrinxã; a partir daí, quando uma empresa tiver interesse, deverá trabalhar com a pesquisadora para chegarem a um produto direcionado ao nicho de mercado que a empresa quer atingir e que possa ser comercializado.
A pesquisa de Melo foi apresentada como dissertação de Mestrado no Inpa em maio de 2007 e financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Fonte: INPA

sábado, 5 de janeiro de 2008

Ciência

Cientistas do Museu de História Natural de Londres encontraram 11 novas espécies animais e vegetais em uma reserva florestal na Costa Rica.
As espécies incluem três tipos de salamandras e estavam entre as cerca de 5 mil plantas e animais registrados pelos cientistas durante três expedições à América Central.
Duas das espécies de salamandras são noturnas, do tipo bolitoglossa, e a terceira é uma espécie de salamandra “anã”, que mede apenas três centímetros. Com as descobertas, sobe para 43 o número de espécies de salamandra conhecidas na Costa Rica.

Uma exemplar das novas espécies de salamandras descobertas

Os animais se alimentam de insetos e vermes e moram na água ou em áreas úmidas. Eles normalmente se alimentam à noite e se escondem durante o dia, hibernando durante o inverno.
Há cerca de 300 espécies de salamandras conhecidas no mundo, a maioria no hemisfério norte, mas houve poucas novas descobertas desde 1998, quando cinco novas salamandras foram encontradas na região tropical do centro-leste do México.
As novas espécies habitam o parque nacional La Amistad, na fronteira entre a Costa Rica e o Panamá, declarado patrimônio da humanidade pela Unesco.

Salamandra de hábitos noturnos

Também foram descobertas duas novas espécies de sapos e seis de plantas.
“Encontrar tantas novas espécies em apenas uma área é excitante, particularmente porque este é, provavelmente, o único lugar do mundo em que podemos encontrar esses animais”, disse o líder do projeto, Alex Monro, do Museu de História Natural.
“Isso mostra que ainda temos muito que aprender sobre a variedade da vida selvagem nesta região. Temos outras quatro expedições planejadas para este ano. Quem sabe o que podemos encontrar quando voltarmos?”

Uma das novas espécies é a salamandra anã
O parque nacional La Amistad tem poucas estradas e um terreno irregular, e por isso permanece largamente inexplorado.
Cientistas acreditam que a região é um centro de diversidade para esses anfíbios. Acredita-se que ela abrigue cerca de dois terços de todas as espécies nativas da Costa Rica, inclusive centenas de pássaros, mamíferos, répteis e outros anfíbios, e milhares de plantas.

Parque Nacional La Amistad -A maior reserva florestal da América Central
As novas espécies serão nomeadas e catalogadas por cientistas da Universidade da Costa Rica. O Museu de História Natural está trabalhando junto a cientistas e membros do governo costarriquenho e panamenho no projeto, financiado pela Iniciativa Darwin, do governo britânico, para promover a conservação da biodiversidade.


Veja o vídeo neste link.

Fonte:

BBC
Museu de história Natural de Londres