domingo, 28 de março de 2010

Nova espécie de Moenkhausia

Uma espécie nova de Moenkhausia é descrita das bacias de Rio Xingu e de Rio Tapajós, Brasil. Descrita pelos ictiólogos Angela Zanata, José Luis Birindelli e Cristiano Moreira; a espécie foi nomeada de Moenkhausia piraubaA espécie nova é distinta de seus congeners, exceto de Moenkhausia moisae, tendo mais escamas na série lateral, 43-47 (vs. 23-41 nos congeners restantes). A espécie nova é distinta de M. moisae por seu padrão de colorido, que consiste em uma listra média lateral escura, e por uma mancha caudal assimétrica (inconspicuous nos espécimes do Rio Arinos) contínua com a listra média lateral . A nova espécie é mimética a espécie Jupiaba apenima, no Rio Xingu e em drenagens do rio Teles Pires de Rio, e a Jupiaba yarina no Rio Arinos. As duas espécies de Jupiaba são simpátricas e muitos similares no tamanho, na morfologia externa e na coloração em relação à nova espécie. Uma pequena diferença de coloração ocorre entre as duas espécies de Jupiaba e é observada igualmente nos dois respectivamente morfótipos simpátricos da nova espécie de Moenkhausia. A ocorrência polimórfica do mimetismo Batesiano é discutida para peixes neotropicais de água doce.



O padrão de colorido de M. pirauba e J. apenima são quase idênticos entre eles.  J. apenima possui um forte espinho como osso pélvico, que podem servir como um mecanismo antipredador (tornando os peixes mais difíceis de engolir). Os autores supoem que a nova Moenkhausia imita o padrão de colorido da Jupiaba para enganar predadores. Esse método de mimetismo, onde uma espécie saborosa imita alguma intragável é conhecido como mimetismo Batesiano.
Essa evidência adicional para a hipótese do mimetismo Batesiano entre estas espécies, é o fato de que ambas foram capturadas juntas em bancos de areia.

Etimologia: Deriva do Tupi, onde Pira = peixe, e aúba = falso. Designado em alusão ao seu mimetismo aparente com Jupiaba.

Dados ecológicos: A nova espécie foi coletada em pequenos tributários de rios maiores, geralmente associadas a águas correntes em associação com mata ciliar bem preservada. O conteúdo estomacal nos adultos apresentaram insetos terrestres, larvas de inseto aquáticas, sobras de peixes e fragmentos de planta.



Para saber mais: 
Zanata, AM; Birindelli, JLO; Moreira, CR (2009) New species of Moenkhausia Eigenmann (Characiformes: Characidae) from Rio Xingu and Rio Tapajós basins, Brazil, with comments on a putative case of polymorphic Batesian mimicry. Journal of Fish Biology 75, pp. 2615–2628.

Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke © Copyright 2010 ©

2 comentários:

igorsher disse...

Hi! it interesting to know what else species live in the same biotop with the new Moenkhausia.

James M. Bilce disse...

Olá, Ricardo. Seu blog tem sido muito útil aqui em Alta Floresta, onde temos um pequeno laboratório de ictiologia na UNEMAT. Sobre a referida Moenkhausia pirauba, devo relatar que coletamos-as juntamente com Jupiaba citrina em um afluente do rio Roosevelt. Abraço e parabéns.