Expedição encontra 14 'novas espécies' no Cerrado
Os 26 pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Museu de Zoologia da USP, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade Federal do Tocantins e da CI-Brasil passaram 29 dias na reserva para o levantamento e mapeamento das espécies. Ao todo, 440 espécies foram registradas: 259 aves, 61 mamíferos, 52 répteis, 40 anfíbios e 30 peixes.
O Corythomantis greeningi, que habita a região da Caatinga, na região do Jalapão, tem secreções na pele que podem irritar os olhos e narinas
Segundo o coordenador da expedição, o biólogo Cristiano Nogueira, do Programa Cerrado-Pantanal da CI-Brasil, entre as 14 prováveis novas espécies da região estão oito peixes, três répteis, um anfíbio, um mamífero e uma ave.
"Foram obtidos dados inéditos sobre a riqueza, a abundância e a distribuição da fauna de uma das mais extensas, complexas e desconhecidas regiões do Cerrado", afirmou o biólogo.
"Os novos dados geram uma visão melhor da riqueza de espécies da maior estação ecológica do cerrado, cuja fauna ainda era pouco estudada", acrescentou Nogueira.
O lagarto do gênero Bachia possui ausência de membros e o focinho afilado
Espécies ameaçadas
A expedição encontrou uma espécie de lagarto conhecida de poucas regiões do Cerrado na porção mais ameaçada da reserva, no planalto da Serra Geral, na Bahia.
A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins foi criada em 2001. A reserva é a segunda maior unidade de conservação do Cerrado, com 716 mil hectares.
Espécies como o Phyllomedusa podem conter importantes matérias primas para novos medicamentos
Além das 14 novas espécies, a expedição também obteve vários registros de espécies ameaçadas, como a arara azul grande, a suçuapara, o tatu-bola, o pato-mergulhão, entre outros.
"Esse tipo de levantamento é imprescindível para aumentar nosso conhecimento básico sobre a biologia das espécies", disse Luís Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia da USP.
"A partir dele, podemos obter dados sobre a anatomia, a biologia reprodutiva, o ciclo de vida e a alimentação das espécies, o que nos auxilia em futuros programas de conservação", acrescentou.
O sapo de chifre, do gênero Proceratophrys está entre as novas espécies
O trabalho de campo da expedição foi encerrado e agora começa a fase de análise dos dados e comparação do material obtido.
Os resultados finais do estudo serão divulgados em publicações científicas, em congressos e em relatórios técnicos. Os dados serão usados para a elaboração do plano de manejo da estação ecológica.
2 comentários:
Muito interessante essa notícia.
Em tempos em que vemos espécies se exinguindo, descobrir novas espécies é uma bênção.
Eu a postei no "Meu Álbum de Família" por causa dos sapos.
Aliás, eu tive uma Phyllomedusa hypocondriales de verdade de estimação. Hoje só tenho aquela virtual do blog que se parece bem com uma Phyllomedusa.
Um abraço!
Eu crio cães e uma tartaruga!
Gosto é gosto né?
Hehehehe...
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