Uma pesquisa publicada na revista Nature sobre o gênero sul americano Corydoras, muito populares no aquarismo, revela que as comunidades desses peixes, embora contenham animais quase idênticos em cor e padrão de listras, pode na verdade agrupar três ou mais diferentes espécies.
O estudo realizado evidencia que existem na natureza um grande número de espécies miméticas, que evoluiram para terem os mesmos padrões de coloração para benefício mútuo, pois dentro dessas espécies, uma pode possuir um veneno mais tóxico o qual não a torna palatável aos predadores, fato que não ocorre com as outras com mesma coloração, motivo do benefício.
A pesquisa também estabeleceu cada comunidade individual de peixes similares reune espécies que fazem parte de linhagem genéticas diferentes, mas que ainda assim adotavam padrões similares de cores.
Relações Filogenéticas do Mimetismo em Corydoras |
Esse estudo demonstra que o número de espécies de Corydoras pode ser ainda maior o conhecido nos dias de hoje, pois além de relevar a biodiversidade desconhecida, reforça a urgente necessidade de evitarmos a perda de muitas espécies que ainda não foram descobertas ou descritas, protegendo assim os habitats dessas espécies e de outras.
O estudo foi realizado pelos pesquisadores da Universidade de Bangor na Inglaterra e da Universidade Estadual Paulista campus Botucatu.
Distribuição geográfica das comunidades miméticas em Corydoras |
Opinião dos autores:
Markos Alexandrou, estudante PhD da Universidade Bangor: "Embora elas parecessem idênticas em termos de padrões de listras e cores, nossas pesquisas sobre seu relacionamento genético, dieta, formato corporal e padrões de cores no corpo revelaram que 92% das comunidades reúnem espécies que não competem por recursos"
Martin Taylor, líder do projeto na Escola de Ciências Biológicas da Universidade:" essa pesquisa destaca a diversidade escondida e a complexidade encontrada nas águas tropicais."
Claudio Oliveira da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp Botucatu), que apoiou o projeto, afirmou que: "além de relevar biodiversidade desconhecida e sistemas evolucionários interessantes, esse estudo reforça a necessidade urgente de evitarmos a perda de muitas espécies que ainda não foram descobertas ou descritas."
Para saber mais:
Markos A. Alexandrou, Claudio Oliveira, Marjorie Maillard, Rona A. R. McGill, Jason Newton, Simon Creer, Martin I. Taylor. 2011. Competition and phylogeny determine community structure in Müllerian co-mimics. Nature 469, 84-88.
Markos A. Alexandrou, Claudio Oliveira, Marjorie Maillard, Rona A. R. McGill, Jason Newton, Simon Creer, Martin I. Taylor. 2011. Competition and phylogeny determine community structure in Müllerian co-mimics. Nature 469, 84-88.
Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke © Copyright 2011 ©
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