quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ciência

Cientistas documentam 13 mil espécies nos oceanos gelados

Em uma surpresa, os cientistas disseram ter achado dezenas de espécies comuns a ambos os mares polares.

Pelagonemertes rollestoni caçando zooplâncton . Foto: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


Os oceanos polares não são desertos biológicos. Um censo da vida marinha, divulgado no último dia 16 de fevereiro, documenta 7,5 mil espécies nas águas da Antártida e 5,5 mil no Ártico, incluindo centenas que, acreditam os pesquisadores, nunca haviam sido descritas cientificamente.

Uma lesma aquática do tamnaho de um grão de feijão, Limacina helicina, ocorre nos dois polos. Imagem: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


"Os livros de ciência dizem que há menos diversidade nos polos que nos trópicos, mas encontramos uma variedade espetacular de vida marinha nos oceanos Antártico e Ártico", disse a pesquisadora australiana Victoria Wadley, que tomou parte no levantamento feito na Antártida. "Estamos reescrevendo os livros".

Clione limacina, encontrada tanto nas águas do Ártico quanto da Antártida. Foto: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


Em uma das maiores surpresas, os cientistas disseram ter descoberto dezenas de espécies comuns a ambos os mares polares, separadas por quase 11 mil quilômetros. Agora, é preciso descobrir como acabaram se separando.

Chionodraco hamatus, um peixe do Ártico, capaz de suportar temperaturas que congelam o sangue de outros peixes. Imagem: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


"Provavelmente sabemos mais sobre o espaço profundo que sobre as profundezas dos oceanos polares, no nosso quintal", disse a líder do programa oceânico do grupo ambientalista WWF-Austrália, Gilly Llewellyn. Ela não tomou parte na pesquisa.

Calycopsis borchgrevinki é uma das água-vivas mais comuns da Antártida. Foto: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


A maior parte das formas de vida descobertas são invertebrados, animais simples, desprovidos de espinha vertebral.

Platybrachium antarcticum, ou anjo-do-mar, nada nas águas da Antártida em busca de lestmas para se alimentar. University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


Pesquisadores descobriram dezenas de espécies de aranhas marinhas grandes como a mão de um ser humano, e minúsculos crustáceos semelhantes a camarões na bacia antártica, vivendo a uma profundidade de 3,8 quilômetros.

O crustáceo Mimonectes sphaericus, que vive tanto no Ártico quanto na Antártida. Foto: University of Alaska Fairbanks, Census of Marine Life, Russ Hopcroft


Esse levantamento é um dos vários projetos do Censo da Vida Marinha, um esforço internacional para catalogar todas as formas de vida dos oceanos. O censo de dez anos, com publicação prevista para 2010, é patrocinado por governos, órgãos da ONU e organizações privadas.


Fonte: Estadão

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