terça-feira, 19 de maio de 2009

Três novas espécies do gênero Melanochromis


Três novas espécies do gênero Melanochromis são descritas na costa oriental do lago Malawi. Descrita pelos pesquisadores Gertrud Konings-Dudin, Adrianus Konings e Jay Stauffer Jr.; a mesmas foram nomeadas de M. kaskazini, M. wochepa e M. mossambiquensis.

Melanochromis kaskazini difere de seus congêneres pela coloração azul cobalto sem nenhuma listra colorida clara na região lateral do corpo nos machos, e a coloração branca nas fêmeas com uma nadadeira anal amarelo-alaranjada. Machos de M. lepidiadaptes possuem um padrão similar de coloração, mas diferem de M. kaskazini através de uma série de caráteres mensurais. Esta espécie era conhecida como Melanochromis sp. “northern blue”.

Melanochromis kaskazini

Observações ecológicas: Melanochromis kaskazini vive em profundidades de 5 a 40 metros, se alimenta de invertebrados e pequenos peixes. Em muitas localidades, foi visto através de mergulhos, geralmente solitários, sendo que em Makonde e Manda pequenos grupos foram vistos freqüentemente, sendo em sua maioria machos jovens e não se observou o territorialismo entre eles.
Distribuição: Melanochromis kaskazini foi encontrado na região nordeste do lago, entre Nkanda (9° 33.352’ S, 34° 6.479’ E) e Lundu (10° 42.535’ S, 34° 39.002’ E).
Etimologia: Kaskazini é um epíteto que significa “norte” em Kiswahili, a língua falada pelos habitantes da região de distribuição da espécie.

Melanochromis wochepa é distinto de seus congêneres pela combinação de um vômer íngreme-angular, coloração padrão azul sem listras brancas nos machos, fêmeas com uma faixa dorsal submarginal mais larga que a lista dorso e listras amarelas abdominais nunca que cobrem o abdômen por inteiro, e por uma série de caracteres mensurais. Esta espécie era conhecida como
Melanochromis dialeptos.

Melanochromis wochepa

Distribuição: Melanochromis wochepa é encontrado na região leste entre Nkhungu Point (12°
58.849’ S, 34° 45.814’ E) e o rio Lumessi (13° 8.987’ S, 34° 47.893’ E) em Moçambique.
Observações ecológicas: Seu habitat e comportamento são similares a M. auratus e M. dialeptos. Vive na região rochosa do lago, sendo encontrados normalmente solitários. Alimentam-se de algas e diatomáceas basicamente.
Etimologia: Um epíteto em oposição, que deriva da língua local Chinyanja, que significa “pequeno” referindo-se a pequeno tamanho dos adultos desta espécie.

Melanochromis mossambiquensis, é distinta de seus congêneres por uma combinação do vômer íngreme-angular, fêmea com uma listra preta média na lateral do corpo e uma dorso lateral mais estreita na margem da nadadeira dorsal, listras amarelas abdominais que não cobrem o abdômen e pontos pretos na nadadeira caudal. Machos possuem coloração marrom-negra com listras azuladas na lateral do corpo e outra na região da margem da nadadeira dorsal, e uma série de caracteres mensurais. Esta espécie era conhecida como Melanochromis sp. “auratus elongate”.

Melanochromis mossambiquensis

Distribuição: Melanochromis mossambiquensis ocorre entre Chuanga (12° 38.278’ S, 34° 47.264’ E) e Nkhungu Reef (12° 57.434’ S, 34° 45.498’ E) em Moçambique.
Observações ecológicas: Melanochromis mossambiquensis é muito comum em Minos Reef (localidade tipo) e geralmente habita locais intermediários entre rochas e areia. Machos adultos são normalmente solitários e raramente visto em grupos.
Etimologia: Refere-se a Moçambique, devido sua ampla distribuição na costa do lago desse pais.

Lago Malawi

Maiores informações em: Konings-Dudin, G; Konings, A. F.; Stauffer-Jr., J. R. Descriptions of three new species of Melanochromis (Teleostei: Cichlidae) and a redescription of M. vermivorus. Zootaxa 2076, pp. 37-59.

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