Brasil pode ser líder na criação de peixes ornamentais nativos
Com estimativas de 1,5 a 6 mil espécies de peixes nativos na Amazônia e mais de 260 espécies no Pantanal, o Brasil pode torna-se um país líder na criação de espécies ornamentais nativas, é o que afirmou o pesquisador e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Jener Alexandre Sampaio Zuanon.
O professor ressalta que o sucesso do cultivo de espécies nativas ornamentais “depende da espécie e variedade cultivada, da quantidade e qualidade de água e do manejo alimentar. Além disso, o produtor precisa adotar um sistema adequado de cultivo. Hoje, as opções são semi-intensivo, intensivo e super-intensivo. O cultivo em sistema extensivo não é utilizado na produção ornamental”, explica. Jener Zuanon detalha que o sistema semi-intensivo é formado de pequenos viveiros em todas as fases da criação, com baixa renovação de água e alimentação viva, isso pode acarretar em uma redução na disponibilidade de alimentos, predispondo os animais a fatores estressantes.
“Para funcionar, esse sistema precisa ter um manejo que mantenha a qualidade da água e suplemente a alimentação com dietas completas.” No sistema intensivo, a produção é feita em estufas ou galpões com renovação continuada, parcial ou recirculação da água e o acasalamento ocorre em aquários. “Um detalhe interessante é que neste modelo de cultivo machos e fêmeas ficam separados até o momento do acasalamento. Há ainda o sistema super-intensivo que segue parâmetros semelhantes ao intensivo, com algumas diferenciações, como a utilização de rações”, continua o professor.
Após definido o sistema de cultivo, o piscicultor precisa escolher quais espécies produzir. Os principais grupos de espécies nativas ornamentais são ciclídeos (acará-disco e acará-bandeira), caracídeos (tetra-limão e olho-de-fogo), pimelodídeos (mandizinho), caliquitídeos (Tamboatás e Dianemas), loricarídeos (cascudos nobres) e anastomídeos. Renda extra “O produtor pode obter uma renda extra em intervalos menores e uma melhor distribuição ao longo do ano se fizer a criação consorciada de peixes nativos ornamentais com peixes de corte ornamental, por meio de tanques-rede, com camarões ou com a produção de acará-bandeira e guppy”, frisa o professor da UFV.
Ele destaca que “a criação de peixes ornamentais nativos ainda é pouco explorada e a sua intensificação depende do estabelecimento de índices zootécnicos, de exigências nutricionais, de biologia reprodutiva e de programas de melhoramento genético para o desenvolvimento de novas linhagens e isso pode ter início aqui no Congresso com o intercâmbio entre professores, pesquisadores e piscicultores”, incentiva.
Fonte: Embrapa
1 comentários:
Rick!
Passando registrar a minha admiração pelo seu blog, sempre atualizado com informações de grande relevância, não só para nós futuros biólogos, mas como também para todos que interessam-se pelo que é nosso "por natureza"!
Obrigada por tudo...
Sempre!
Fica com Deus!
;*
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